Com o fim do BBB 25 se aproximando, a Globo já está de olho no futuro do reality show mais assistido (e discutido) do país – e pensa no BBB 26. O “Big Brother Brasil” continua sendo uma mina de ouro em faturamento e repercussão, mas a atual edição deixou um alerta ligado dentro da emissora: é hora de mudar.
De acordo com a colunista Carla Bittencourt, do Portal Leo Dias, uma das propostas mais desejadas pelo público é uma edição “All Stars”, só com ex-participantes marcantes. Mas apesar do apelo, existe um entrave contratual que pode frustrar essa expectativa.
Direto Ao Ponto
O BBB é um programa de ciclos — e o atual está perto do fim
Nas reuniões internas da Globo e da Endemol para discutir os rumos do “BBB”, uma conclusão ficou clara: o programa funciona em ciclos, e o formato atual dá sinais de esgotamento. A edição 2025 deve terminar com média de 16 pontos, a pior audiência da história, quatro a menos que a do “BBB 24”, que consagrou Davi Brito. Embora os números ainda sejam considerados aceitáveis para a faixa de exibição, a emissora não está confortável com a tendência de queda.
A direção do programa reconhece que é hora de renovar. As críticas do público, cada vez mais frequentes, apontam justamente para o que já vinha sendo discutido internamente: o modelo de “Camarote” está cansado, as provas se tornaram previsíveis e a dinâmica comercial do programa tomou conta do conteúdo, afetando a espontaneidade que fez do BBB um fenômeno.
Por outro lado, o principal problema que levou ao fracasso do BBB 25 não foi discutido: as duplas. O modelo já havia sido testado em 2023 e se provou um fracasso, Quando anunciou que o BBB 25 seria em duplas, a Globo resolveu assumir o risco de colocar no ar um programa cujo formato de dupla já se sabia que fracassaria. O BBB é um formato que preza, também, pela pressão psicológica. Ao entrar com um suporte emocional, uma das principais regras do confinamento foram quebradas.
É mais uma pra colocar na conta do fracasso da temporada.
Audiência em queda, mas o programa segue firme
Apesar das críticas e da baixa audiência, o “Big Brother Brasil” segue mais vivo do que nunca nos bastidores da Globo. O programa ainda rende alto faturamento, parcerias fortes — como as grandes marcas que patrocinam provas e dinâmicas — e um retorno comercial difícil de ser ignorado. Isso garante a permanência do reality na grade em 2026, com o anúncio das inscrições previsto para o episódio final da edição atual.
No entanto, ninguém quer simplesmente repetir a fórmula atual. A direção sabe que o público quer novidade, quer se surpreender, e principalmente: quer ver gente que já conhece, com histórias marcantes e rivalidades antigas. É daí que surge a ideia mais forte até agora: fazer um BBB All Stars.
Um BBB só com ex-participantes? A ideia está na mesa, mas há um problema
A vontade de fazer uma edição com apenas ex-BBBs é real — e antiga. O público clama por um reencontro entre nomes icônicos da história do programa. De Grazi Massafera a Gil do Vigor, de Kleber Bambam a Juliette Freire, as possibilidades são infinitas. Mas, por enquanto, essa ideia enfrenta um obstáculo técnico: o licenciamento do formato.
Segundo informações de Carla Bittencourt, os direitos de uso do formato original do “Big Brother” impedem, atualmente, que o elenco seja 100% formado por ex-participantes. Ou seja, um “All Stars puro” só poderá acontecer se houver um novo acordo contratual com os detentores do formato.
Sem esse entendimento, a alternativa mais viável é repetir o modelo híbrido que já foi testado com sucesso no “BBB 13”: misturar veteranos com novatos. Essa combinação pode manter o frescor do programa e, ao mesmo tempo, trazer a carga emocional e o carisma de nomes já conhecidos pelo público.
Novatos e veteranos: a mistura que pode salvar o formato
Caso o impasse com o licenciamento persista, a Globo já tem um plano B pronto. O BBB 26 deve trazer uma mistura de novos participantes com ex-BBBs marcantes, recriando o clima que garantiu o sucesso de edições como a de 2020. Só que desta vez, com uma abordagem ainda mais estratégica: os novos candidatos serão incentivados a indicar, no processo de inscrição, quais ex-participantes eles mais admiram e com quem acreditam que teriam conflitos.
Essa informação poderá ser usada pela produção para criar combinações mais explosivas, emocionantes e cheias de potencial para gerar entretenimento. O objetivo, claramente, é resgatar o envolvimento afetivo do público com os personagens da casa, algo que tem se perdido nas últimas edições.
A história se repete: 2025 pode ser o novo 2019
O atual momento do BBB lembra muito o que aconteceu em 2019. Após uma edição considerada fraca, a produção entendeu que precisava chacoalhar a estrutura. Foi quando surgiu a ideia de incluir famosos na casa, mesmo sem a possibilidade de ter um elenco totalmente composto por celebridades. Assim nasceu o modelo Camarote x Pipoca, que gerou uma nova onda de sucesso para o reality.
Agora, com os sinais de desgaste batendo à porta novamente, a nova direção do programa parece disposta a repetir esse movimento: reavaliar, testar e ousar. A diferença é que, desta vez, o público está ainda mais exigente e conectado, com expectativas claras sobre o que quer ver na telinha.
Conclusão: o BBB 26 será decisivo para o futuro do reality
A Globo tem nas mãos uma missão difícil, mas necessária: reinventar o “Big Brother Brasil” antes que o desgaste do formato se torne irreversível. A edição All Stars é um desejo real, tanto da audiência quanto da produção, mas o fator burocrático ainda pode impedir esse sonho de se tornar realidade.
Enquanto isso, o caminho mais provável é o da combinação entre novatos e veteranos, resgatando elementos que deram certo no passado. Seja qual for o modelo escolhido, o BBB 26 será uma edição-chave — não apenas para manter o programa vivo, mas para reconquistar a empolgação do público e reafirmar o reality como o gigante do entretenimento que sempre foi.