O SBT está preparando um novo formato de programa para Luiz Bacci, e a grande inspiração vem direto da Bahia: o explosivo e popular “Alô Juca”, comandado por Marcelo Castro na TV Aratu. A emissora aposta em um modelo de forte apelo popular, com foco em denúncias, linguagem direta e reportagens que não têm medo de chocar.
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O fenômeno “Alô Juca”: de polêmico a referência nacional
Marcelo Castro, hoje uma das maiores audiências da TV baiana, renasceu televisivamente após ser demitido da Record, acusado de liderar um esquema de desvio de doações feitas via pix. Apesar da controvérsia, ele deu a volta por cima com a criação do Alô Juca, projeto que começou online e viralizou rapidamente.
Ao lado de Jamerson Oliveira, também ex-Record, Castro criou um site e um canal recheado de vídeos impactantes, que expõem falhas do poder público e histórias de drama humano com forte apelo emocional. A abordagem sem filtros do programa, que beira o sensacionalismo, conquistou o público e chamou a atenção da TV Aratu, afiliada do SBT em Salvador.
Desde abril de 2024, o Alô Juca é exibido diariamente das 11h às 14h. Com isso, a emissora passou a disputar diretamente a liderança com a TV Bahia (Globo) e a TV Itapoan (Record), um feito inédito para o SBT na região.
Estilo direto, linguajar popular e muita polêmica
O estilo de Marcelo Castro é tudo, menos discreto. Um dos vídeos mais comentados da atração mostrou o apresentador questionando uma mulher trans, ao vivo, sobre detalhes íntimos de uma denúncia envolvendo um policial. A entrevistada, visivelmente constrangida, respondeu que era passiva, gerando repercussão nas redes sociais.
Apesar do teor controverso, o público abraçou o programa, que aposta no carisma de Marcelo e na sua conexão com as classes populares. O sucesso levou a direção do SBT a cogitar transformar o formato em uma franquia nacional, com versões locais em outras afiliadas.
Luiz Bacci pode estrear novo projeto inspirado no formato
Segundo informações do site Notícias da TV, a emissora avalia que o formato de “Alô Juca” pode funcionar em rede nacional, desde que adaptado à personalidade de outro apresentador com apelo semelhante: Luiz Bacci.
Famoso por seu estilo dramático e por já ter comandado programas com foco em segurança e denúncia, Bacci negocia sua volta ao SBT, onde iniciou sua carreira. O novo programa deve manter a essência do “Alô Juca”: reportagens de forte impacto, linguagem direta, denúncias sociais e engajamento emocional com a audiência.
Essa movimentação reforça o plano do SBT de se reposicionar como uma emissora mais popular, mirando o público que consome esse tipo de conteúdo com fervor, especialmente no horário do almoço.
As polêmicas do passado ainda rondam Marcelo Castro
Apesar do sucesso atual, Marcelo Castro enfrenta pendências na Justiça. Ele foi condenado em março de 2025 a pagar R$ 10 mil à Record por danos extrapatrimoniais, após ser acusado de envolvimento em um esquema criminoso que desviou mais de R$ 400 mil em doações feitas via pix.
O caso veio à tona quando o jogador Anderson Talisca tentou doar R$ 70 mil para uma criança com câncer. Seu assessor desconfiou da chave pix enviada por Castro, que pertencia ao grupo de repórteres e não à família da vítima. Após a denúncia, Castro e Jamerson foram demitidos pela Record, mas rapidamente transformaram o escândalo em trampolim para o sucesso.
Mesmo com a condenação, Castro continua no ar com o apoio da TV Aratu e de uma audiência fiel, que parece ignorar o passado judicial em nome do conteúdo emocional que ele entrega diariamente.
O futuro do sensacionalismo televisivo?
A possível chegada de Luiz Bacci em um projeto inspirado no Alô Juca mostra que o SBT está atento ao que viraliza fora do eixo Rio-São Paulo. Ao mirar no estilo direto, polêmico e com linguagem popular, a emissora pode estar preparando um de seus movimentos mais ousados dos últimos anos.
Se a fórmula baiana der certo em rede nacional, o “jornalismo emocional” pode voltar a dominar a TV aberta, disputando espaço com os tradicionais noticiários da Globo e da Record.