A Globo está em alerta. O remake de Vale Tudo, exibido no horário nobre, não alcançou os resultados esperados em audiência. E o impacto disso pode ser sentido em toda a grade de programação da emissora. De acordo com informações do site TV Pop, internamente, a direção já iniciou reuniões para discutir possíveis mudanças — e a principal ideia é antecipar os horários das novelas.
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A audiência caiu, e a Globo reagiu
Atualmente exibida às 21h30, a novela Vale Tudo tem registrado números inferiores até mesmo em comparação com faixas como o “Vale a Pena Ver de Novo” e as novelas das 18h e 19h. O desempenho abaixo do esperado fez a cúpula da emissora ligar o sinal de alerta.
Apesar do sucesso do remake no Globoplay e nas redes sociais, os dados tradicionais da Kantar Ibope mostram que algo precisa mudar — e rápido.
A proposta: novelas mais cedo para acompanhar o público
Segundo a colunista Carla Bittencourt, do portal Leo Dias, ganha força nos bastidores uma readequação da programação para alinhar o conteúdo aos novos hábitos da audiência brasileira.
As mudanças em estudo preveem:
- A novela das nove começando exatamente às 21h
- A novela das sete começando até 19h15
- E a novela das seis começando por volta das 18h15
Essa mudança tem como objetivo conquistar o público que está dormindo mais cedo, um hábito que se intensificou desde a pandemia.
O fator “sono” e a crise sanitária
Estudos como o da Royal Philips mostram que 74% dos brasileiros enfrentaram problemas de sono durante a crise sanitária. Além disso, metade dos entrevistados associa a pandemia a uma piora na qualidade do sono.
Esses dados estão sendo levados em consideração pela Globo, que acredita que antecipar os horários pode melhorar o desempenho das novelas e atrair mais anunciantes para a faixa nobre.
Pós-22h: espaço para conteúdos alternativos
Caso a mudança se concretize, a nova estratégia da Globo será:
- Concentrar os conteúdos de maior apelo antes das 22h
- Reservar o horário pós-22h para produções voltadas a nichos específicos, com formatos mais experimentais e público segmentado
É uma mudança importante no DNA da emissora, que foi construída em cima de um modelo onde o público se adaptava à TV. Agora, segundo a própria análise interna, é a TV que precisa se adaptar ao público.
Um novo modelo para um novo tempo
O formato atual da grade foi idealizado no começo dos anos 2010. Hoje, com o crescimento do consumo sob demanda e dos hábitos digitais, a Globo reconhece que o modelo tradicional está ultrapassado.
A emissora deve encomendar estudos detalhados para embasar a decisão final, mas a sensação é de que mudanças profundas estão a caminho.