Taylor Swift anunciou nesta sexta-feira (30) que recuperou os direitos sobre os seis primeiros álbuns de sua carreira, encerrando uma das disputas mais intensas da indústria musical recente. A compra inclui também videoclipes e filmes de turnês, consolidando o controle total da artista sobre sua obra.
“Toda a música que já fiz… agora pertence… a mim”, declarou a cantora em nota oficial.
Apesar de o valor da transação não ter sido divulgado, rumores anteriores que estimavam um custo entre US$ 600 milhões e US$ 1 bilhão foram desmentidos como “imprecisamente altos” pelo jornal inglês The Guardian.
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Entenda o caso: por que Taylor não era dona de suas músicas?
A polêmica começou em 2019, quando a gravadora Big Machine, detentora dos direitos originais dos álbuns da cantora, foi comprada por Scooter Braun — empresário de Justin Bieber e desafeto público de Taylor. Pouco depois, Braun revendeu os direitos à Shamrock, por US$ 300 milhões, sem o conhecimento da artista.
Além de ficar fora da negociação, Taylor alegou ter sido vítima de “bullying” por parte de Braun e se manifestou contra a venda não autorizada do seu próprio trabalho.
A estratégia das regravações: “Taylor’s Versions”
Para contornar o impasse, Taylor lançou em 2021 o projeto de regravar seus discos, com base em uma cláusula contratual que permitia a retomada do controle autoral a partir do fim de 2020. Ela lançou as novas versões de Fearless, Red, Speak Now e 1989, sob o selo “Taylor’s Version”.
Os álbuns Taylor Swift (2006) e Reputation (2017) ainda não foram relançados. Em comunicado, ela admitiu que Reputation é o mais difícil de regravar:
“É o único álbum entre os seis primeiros que eu achava que não poderia ser melhorado ao ser refeito.”
Um marco para os artistas da indústria
A conquista de Taylor tem forte repercussão no mercado da música e inspira outros artistas a batalharem pela posse de suas obras. Casos parecidos marcaram a trajetória de nomes como Prince, Michael Jackson, Paul McCartney, João Gilberto e Gilberto Gil, todos envolvidos em disputas por direitos autorais e masters ao longo dos anos.
“Sinto que isso é um passo à frente e uma mensagem para todo artista: vocês devem ser donos de si mesmos”, afirmou Taylor Swift.
O que muda daqui pra frente?
Com os direitos totais do seu catálogo, Taylor poderá autorizar ou barrar o uso de suas músicas em outras obras, filmes, séries ou comerciais, além de lucrar integralmente com o streaming e vendas. A vitória simbólica se soma à consagração financeira, tornando este um dos momentos mais marcantes de sua carreira.