A passagem de Felipe Macedo, o popular Macedão da Chinelada, pelo comando do telejornal “Tá na Hora” no SBT foi tão rápida quanto surpreendente: durou menos de 24 horas. Oficializado na segunda-feira, 10 de junho de 2025, como novo âncora, ele foi afastado pela diretoria da emissora no final da tarde da mesma terça-feira. Uma decisão que levanta questionamentos sobre a linha editorial do jornalismo na TV.
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O Balde de Água Fria no ‘Tá na Hora’
A “tresloucada experiência” com Macedão, como a descreveu a imprensa especializada, foi um choque para quem esperava uma renovação no programa. Dani Brandi reassume o comando solo do “Tá na Hora”, que segue no ar indefinidamente. A performance de Macedão, descrita como “muito forçada e caricata”, não agradou aos executivos e foi massacrada pelos telespectadores, que, segundo a reportagem, não aceitaram o “escárnio” e a tentativa de “confundir jornalístico com circo”.
Fontes internas apontam que a figura do apresentador, que ganhou o apelido de “Dudu Inflado” (em uma associação com Dudu Camargo e seu controverso desligamento do SBT), gerou “desconfortos” entre os colaboradores mais experientes da redação de jornalismo. O estilo de trabalho, comum em TVs regionais de onde Macedão foi trazido por Ratinho (da Rede Massa, em Londrina), não se encaixou na exigência de seriedade de uma cabeça de rede como o SBT.
O Mistério do ‘Aqui Agora’ e o Futuro de Macedão
Diante dessa situação, o tão anunciado retorno do clássico “Aqui Agora” segue sem data e, para muitos, sem certeza de que realmente acontecerá. As informações são desencontradas, e o projeto é visto como uma “insanidade” por parte dos executivos do SBT.
Apesar do afastamento do “Tá na Hora”, Felipe Macedo continua contratado do SBT de São Paulo. Mauro Lissoni, que apostava fortemente no sucesso do jornalista e no projeto “Aqui Agora”, ainda não se deu por vencido. A tendência é que Macedão seja aproveitado em outras funções, possivelmente como âncora de alguma das edições do “SBT Notícias” aos sábados, programa que também busca consolidar sua audiência.
O episódio serve como um lembrete de que, embora a televisão tenha seus marcos de inovação (como o próprio “Aqui Agora” na década de 90, que quebrou a sisudez do jornalismo da época, ou o sucesso inicial de Ratinho), o público de hoje tem outras expectativas e não “compra qualquer coisa”. Seriedade e credibilidade continuam sendo pilares para o sucesso na TV aberta.
Novelas em Risco e o Futuro do ‘Tá na Hora’
Em meio a essa turbulência, a emissora de Silvio Santos estuda uma nova manobra na grade: a volta do “Tá na Hora” para 3 horas de duração, voltando a começar logo após o “Fofocalizando”, como acontecia até a semana passada. Essa decisão, se concretizada, colocaria em risco a exibição de novelas recém-estreadas, como “Meu Amor das Estrelas” e “Eternamente Apaixonados”, que correm o risco de serem cortadas da programação.
As duas produções internacionais tiveram um desempenho pífio na última terça – O dorama marcou apenas 1,87 ponto de média, enquanto a novela mexicana obteve apenas 1,39 ponto de média. Não é a primeira vez que as produções internacionais fracassam, mas, certamente, é a primeira vez que o SBT se vê num fundo do poço pior do que estava antes.
A emissora terá muito trabalho para recuperar o público perdido.