O humorista Nego Di, figura conhecida do público por sua participação no Big Brother Brasil, voltou aos holofotes neste domingo (15/06) em uma entrevista bombástica a Roberto Cabrini, no “Domingo Espetacular” da Record. Cumprindo medidas cautelares em Palhoça, Santa Catarina, o ex-BBB se defendeu após ser condenado a 11 anos e 8 meses de prisão por estelionato, em um caso que chocou o país.
No confronto direto com Cabrini, Nego Di não hesitou em apontar o dedo para seu ex-sócio, Anderson Bonetti, a quem classificou como um “estelionatário profissional”. Segundo o humorista, ele próprio teria sido uma vítima da fraude, negando qualquer intenção de aplicar golpes. “Eu tenho consciência de que, através de mim, um estelionatário acabou enganando pessoas… Eu senti a dor dessas pessoas porque vim do mesmo lugar delas”, afirmou, tentando justificar sua posição.
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A Loja “Tadizuera” e as Centenas de Vítimas
A condenação de Nego Di se baseia em 16 vítimas identificadas em Canoas, no Rio Grande do Sul. No entanto, o inquérito original da polícia apontava um número assustador: mais de 300 consumidores lesados pela loja virtual “Tadizuera”, plataforma que vendia produtos que nunca chegavam às mãos dos compradores.
Cabrini, com seu estilo incisivo, não aliviou e questionou como Nego Di recebia a condenação por um “plano muito bem elaborado para enganar as pessoas, especialmente as mais humildes”. O ex-BBB tentou se desvencilhar, argumentando que a loja não era sua e que confiou em alguém que mal conhecia. “Eu também fui enganado”, insistiu, mesmo diante das provas de que ele promovia o negócio nas redes sociais como sendo de sua propriedade. Ele alegou ter agido na crença de uma parceria que nunca se concretizou oficialmente.
Doação de R$ 1 Milhão: A “Mentira” que “Fez a Diferença”?
Outro ponto sensível da entrevista foi a polêmica da doação de R$ 1 milhão prometida por Nego Di às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O valor, que nunca foi entregue na totalidade (com movimentações bancárias apontando apenas R$ 100), foi confrontado por Cabrini.
Nego Di admitiu a farsa, mas tentou contextualizar sua motivação. “Teve uma ideia de criar um comprovante simbólico de R$ 1 milhão. Eu doei metade desse valor e acordei de pagar o resto parcelado”, disse, alegando que o objetivo era apenas incentivar outras doações. “Pode ser que eu tenha me precipitado, mas foi uma mentira que fez uma diferença no Estado”, justificou, uma fala que certamente gerará ainda mais debate.
Os Dias Sombrios na Prisão e a Busca por Credibilidade
O humorista também abriu o jogo sobre os mais de quatro meses que passou preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Canoas. Relatou momentos extremos, como a perda de 33 quilos e ter ficado 72 horas sem comer. “Eu fui para o pior lugar que o ser humano pode ir, que é a prisão. Pior que isso, acho que só o cemitério”, desabafou.
Atualmente, com os bens bloqueados, Nego Di afirma viver das poucas oportunidades que lhe restam e conta com a ajuda financeira da esposa. Em meio a acusações e uma credibilidade abalada, sua declaração final ressoa como um apelo: “Eu preciso ser tratado com Justiça.”
A entrevista de Nego Di a Cabrini reacende a discussão sobre responsabilidade digital, as consequências de ações na internet e o papel dos influenciadores. A repercussão do caso promete continuar.
