Nesta segunda-feira (6/01), o SBT anunciou uma nova onda de demissões como parte de uma reestruturação no setor de Jornalismo, liderada pelo novo diretor Leandro Cipoloni. Aproximadamente 10 profissionais foram desligados, incluindo a apresentadora Márcia Dantas, o que gerou um ambiente de incerteza e descontentamento dentro da emissora.
Uma das demissões mais impactantes foi a de uma jornalista de 48 anos, que está em tratamento contra um câncer desde 2019. A profissional, que preferiu não ser identificada por medo de retaliações, trabalhava na produção do SBT Brasil e já havia passado pelo Primeiro Impacto. Ela conseguiu tratamento no Hospital Sírio-Libanês através do convênio médico oferecido pela empresa, além de acesso a um medicamento caro e vital, chamado lorbrena, que custa até R$ 40 mil.
Com Silvio não era assim
O remédio é fundamental para impedir que o câncer, que começou no pulmão e se espalhou para o cérebro, se agrave. “Perder o convênio, para mim, é uma sentença de morte. Com SIlvio não era assim” lamentou a jornalista. Com a demissão, a emissora permitiu que ela mantivesse o convênio ativo por mais seis meses, o que gerou revolta. “Eles disseram que o SBT não era responsável pelo meu câncer. Eu trabalho no SBT desde 2017, e meu câncer no cérebro apareceu em 2019. Disseram que não é problema deles,” desabafou a ex-funcionária.
A situação delicada enfrentada pela jornalista fez com que ela buscasse ajuda do Sindicato dos Jornalistas e de seu advogado. O clima tenso e de tristeza na redação do SBT Brasil é evidente. “Eles andam gritando no switcher, coisa que nunca aconteceu antes,” relatou ela. A ex-produtora também mencionou que outras demissões envolveram funcionários em situações igualmente delicadas, como uma menina cujo irmão está em estágio terminal de câncer.
Investigação
A presidente do SBT, Daniela Beyruti, afirmou não estar ciente da situação e prometeu investigar. “Não estou sabendo disso. Vou investigar,” escreveu ela em uma postagem no Instagram.
A demissão de Márcia Dantas faz parte desse processo de reestruturação. A apresentadora foi deslocada do “Tá na Hora” no início de novembro e um mês depois, foi remanejada para o “Primeiro Impacto”. A emissora mencionou que a saída foi “em comum acordo”, mas muitos acreditam que a decisão foi imposta.
Crise de identidade
O SBT atravessa um momento delicado em suas manhãs, com a nova programação matinal não trazendo o retorno esperado e fortalecendo concorrentes como a Record. Com a chegada de Leandro Cipoloni, o SBT busca tornar seu noticiário mais ágil e competitivo, trazendo profissionais de outras emissoras, principalmente da Record.
A situação no SBT expôs um cenário de mudanças drásticas e questionamentos sobre a ética das decisões tomadas. Enquanto os funcionários lidam com a incerteza e a tensão, a emissora promete seguir em frente com suas reestruturações.
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