O embate judicial entre Patrícia Poeta e os comunicadores Sônia Abrão e Alessandro Lo Bianco movimentou os bastidores do jornalismo de entretenimento nos últimos anos. O caso, que envolveu acusações de perseguição, difamação e injúria, resultou em desfechos diferentes para os dois envolvidos: um acordo com Sônia Abrão e duas derrotas judiciais para Patrícia em processos contra Lo Bianco.
Table of Contents
O conflito
O ponto de partida da disputa aconteceu após uma série de críticas públicas a Patrícia Poeta durante a polêmica saída de Manoel Soares do programa Encontro, da TV Globo. Na época, imagens de Poeta sozinha e chorando na praia viralizaram, gerando especulações sobre seu estado emocional e clima nos bastidores.
As críticas feitas por colunistas e apresentadores em programas de fofoca alimentaram a narrativa de que Patrícia estaria sendo “castigada” pela Globo, comportamento que, segundo ela, passou dos limites do comentário jornalístico e se transformou em perseguição pessoal.
Acordo entre Poeta e Sônia Abrão
Sônia Abrão, uma das vozes mais ativas nos comentários sobre o caso, foi processada por Patrícia Poeta, mas decidiu encerrar o processo por meio de um acordo judicial realizado em agosto de 2024.
O acordo incluiu o pagamento de R$ 11 mil em forma de cestas básicas, como parte de uma transação penal, prática comum em casos de menor gravidade, que evita a continuidade da ação judicial e não implica culpa reconhecida.
Lo Bianco vence Poeta na Justiça
Diferente de Sônia, o colunista Lo Bianco optou por não aceitar acordo e enfrentou o processo até o fim. A Justiça rejeitou as acusações de Patrícia Poeta, entendendo que não houve crime nas críticas feitas por ele.
Ele já havia vencido uma primeira ação movida por Poeta, e recentemente obteve uma segunda vitória, consolidando um entendimento jurídico de que a crítica feita dentro do contexto jornalístico não configurou injúria ou difamação.
A polêmica da “perseguição”
O centro da discussão foi o uso do termo “perseguição” por parte de Patrícia Poeta. A apresentadora alegou que as matérias e comentários de colunistas e apresentadores ultrapassaram o limite da crítica e configuravam violência simbólica e exposição indevida.
Esse argumento, no entanto, não encontrou respaldo na Justiça, que interpretou as manifestações como opiniões dentro do campo da crítica jornalística, mesmo que com tom ácido ou provocativo.
A crítica virou crime?
O caso levanta uma questão mais ampla sobre os limites da liberdade de imprensa e opinião na cobertura de celebridades. Críticas duras, ironias ou análises de comportamento público podem ser ofensivas, mas nem sempre configuram crime, segundo entendimento judicial.
Nos bastidores da televisão, há cada vez mais casos de figuras públicas reagindo a críticas com ações judiciais. O risco, alertam especialistas, é o uso da Justiça como ferramenta de censura ou intimidação, o que pode comprometer o papel crítico da imprensa, especialmente no entretenimento.
Jornalismo de celebridades sob pressão
A cobertura de celebridades no Brasil vive um momento delicado. Comentários negativos ou avaliações mais duras são frequentemente respondidos com acusações de misoginia, violência de gênero ou assédio, mesmo quando não há elementos que caracterizem tais crimes.
Isso cria um ambiente onde a crítica é facilmente confundida com ataque pessoal, o que pode comprometer o debate público e o jornalismo opinativo. A liberdade de expressão, apesar de garantida constitucionalmente, passa a ser testada a cada nova polêmica.
Conclusão
O desfecho do caso envolvendo Patrícia Poeta mostra que nem toda crítica dura é criminosa, e que jornalistas e colunistas ainda têm respaldo legal para opinar sobre figuras públicas — desde que o façam dentro dos limites da liberdade de expressão e sem intenção clara de caluniar.
Enquanto isso, a linha entre crítica legítima e perseguição segue sendo debatida tanto nos tribunais quanto na opinião pública.
